O Hotel Universal, situado na zona
histórica e turística do Bairro Novo da Figueira da Foz, vai
ser recuperado e transformado numa unidade
hoteleira de quatro estrelas, um investimento de
cerca de dois milhões de euros.
O edifício, localizado na confluência das ruas Maestro
David de Sousa e Miguel Bombarda, junto à marginal oceânica, inaugurado em
julho de 1904, esteve fechado nos últimos anos e foi adquirido à diocese da
Guarda pelos atuais proprietários, uma empresa familiar denominada Entre
Memórias, que vai juntar o nome à designação original do hotel.
“Pretendemos reforçar a oferta turística da Figueira da
Foz e oferecer à cidade um hotel de charme que recupere e memória”, disse à
agência Lusa Teresa Leão Costa, que assumirá a gestão da unidade hoteleira.
Teresa partilha o nome próprio com a primeira
proprietária do Universal – Teresa da Conceição Xavier Ramos (1859-1932), que
esteve casada com Costa Ramos, um capitalista do século XIX ligado à fundação
do lar de crianças Costa Ramos, hoje integrado na Misericórdia – Obra da
Figueira.
O prédio, classificado como de Interesse Municipal, com
três pisos acima do nível da rua, cave e águas furtadas, vai manter a fachada
onde se destacam linhas de arte nova, “não restando muitos exemplares na cidade
que mantenham tão intactas as suas características originais da época”.
O interior, bastante degradado, vai ser demolido e
reconstruído de raiz, mas os proprietários pretendem recuperar e preservar
“todas as madeiras e os seus pormenores originais, como portadas das janelas,
portas, corrimões, balaústres e algum mobiliário”, apelando assim às memórias
do passado e ao seu cunho histórico, referiu Teresa Leão Costa.
Com 29 quartos e abertura prevista para 2014, o “Hotel
Universal Entre Memórias” seguirá um conceito de boutique hotel de quatro
estrelas onde se pode revisitar um século de história da cidade, propondo, para
tal, “uma minuciosa reportagem presente em todos os pisos” – fotos e
transcrições de comentários de jornais antigos sobre o hotel e a praia da
Figueira da Foz.
Cada um dos cinco pisos visa transportar o hóspede “para
uma época diferente” da história da cidade e cada quarto possuirá “um tratamento
individualizado nos seus detalhes”, adiantou Teresa Leão Costa.
(As Beiras)