16/01/20

Texto sobre a praga anual da invasão dos jacintos de água pela foz do Mondego e marina da Figueira da Foz

Este texto serve como base de conhecimento, para um flagelo que se repete, ano após ano, desde a conclusão dos trabalhos do "Plano Hidrográfico do Rio Mondego", obra de vital importância para a regularização deste rio e áreas adjacentes.
Tendo tido a necessidade de se construir um novo leito do Rio Mondego, no sentido de se anular definitivamente o flagelo das cheias, cenário tão comum naquela zona, ficou o antigo leito à mercê da proliferação de espécies invasoras, como p/ ex. os "jacintos d´água". Este processo de crescimento levou algum tempo, até que ultimamente e sempre em períodos de maior pluviosidade, e subsequente aumento do caudal das águas, esta planta desloca-se do seu "berço natural" e empreende uma viagem até à Foz do Mondego.
Estamos a falar de áreas enormes, com um peso significativo, que arrastam tudo à sua passagem. Na Figueira da Foz, é habitual verem-se a deambular no estuário do Mondego, sendo um dos locais de deposição a Marina desta cidade, onde atingem uma área muito considerável, cobrindo praticamente a sua totalidade. Este ano em especial, e com a agravante do colapso da margem direita do Mondego, todo este material, veio acompanhado com material lenhoso.
Sendo a Figueira da Foz, uma das zonas por excelência do nosso turismo nacional, com milhares de visitantes a confluir no período festivo, Natal, e Ano Novo, considerasse de uma falta de respeito, e consideração, permitir que uma das melhores Marinas de Portugal, tivesse aquele aspecto desolador, com comentários deveras depreciativos, dos que por ali passavam. O problema não era recente, e já se prolongava por mais de três semanas, sem nada ser feito, por parte da Administração Portuária, entidade exclusivamente responsável por aquela zona. Claro está, que à actual Administração não se lhe pode ser imputada toda a responsabilidade, pois nas anteriores, confrontadas com o mesmo problema, nada fizeram, ou melhor, deixaram que os elementos naturais (marés, e ventos) se encarregassem disso! E a APA, e o Ministério do Ambiente nada têm a dizer sobre isto!
A concluir:
Fica a imagem negativa da cidade, ficam os prejuízos para os proprietários das embarcações, fica a suspensão das actividades desportivas, (vela e remo), fica a perda de várias espécies de fauna marinha (carência de oxigénio), fica o testemunho da falta de meios por parte das entidades publicas, e fica a esperança que este "drama" não se volte a repetir.
NOTA: Após um periodo de acalmia, seguem fotos tiradas esta 3ª feira dia 14 de janeiro de 2020, onde se pode observar a tentativa frustada da colocação de uma manga anti-poluição à entrada da Marina (manga esta inserida num pacote de prevenção, atribuido por fundos europeus ao porto da Figueira da Foz no ano 2000, tendente a precaver eventuais 'fugas' de líquidos poluitivos, e não de troncos e ramadas fortes arrastadas, ou mesmo os jacintos de água, alguns bem volumosos).
(Miguel Amaral - Presidente de Direção do Clube Náutico da Figueira da Foz, 14.jan.2020)
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